sábado, 9 de abril de 2011

As pessoas mudam com a vida. Durante tanto tempo tentei mudar e não consegui, hoje percebo que sem perceber como essas alterações começaram a operar dentro de mim, hoje sei que estou em trânsito, já não sou quem era mas ainda não sei onde vou chegar. Ainda estou a caminho, já não reconheço as atitudes, nem os sonhos ou as vontades, mas sei que hei-de chegar. Se não gostar volto a pôr-me a caminho, mas pode ser que este novo eu seja melhor, mais calmo, mais equilibrado e eu acabe por lá ficar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Eleições antecipadas

O Sr. Sócrates demitiu-se. Para muita gente é dia de gritar vitória, mas para mim é com pesar que recebo a noticia. Penso que por muito mal que isto esteja não é decerto a melhor altura para ficarmos à deriva, ou seja, para juntarmos à crise financeira e económica uma crise política. Se o medo sempre foi a entrada do FMI, não percebo porquê criar ainda mais condições para este entrar no país. Não se ache que eu apoio a 100% o Sócrates, ou que acho que o trabalho que ele tem feito é excelente, mas que dizer da oposição que diz que é contra o PECIV mas que logo a seguir remata dizendo que se for eleito não garante não cortar nos salários e não aumentar os impostos?! Ou seja, quer se goste ou não das medidas tomadas, o facto é que estas são mesmo necessárias, ou alguém acredita que foram tomadas só para nos lixar?! É que o Sócrates deve ter muitos defeitos mas tem inteligência suficiente para saber que estas medidas nunca lhe iriam trazer popularidade e por muito que goste do poder teve "timtins" suficientes para as tomar mesmo sabendo que estas muito provavelmente lhe custariam o cargo (como custaram). Claro que podemos argumentar que ele devia era baixar os salários milionários, e os seus próprios benefícios, mas pondo a mão na consciência, alguém acha que cortar o que é dos outros se tiver na mesma que cortar o que é seu o deixa mais feliz?! Podiam-se tomar outras medidas além das que foram tomadas, e por isso mesmo é que julgo que o trabalho do Sócrates não é perfeito, mas penso que esta guerra pelo poder e este dizer que vetar o PEC é pensar no povo, que me lembra tanto a desculpa do Bush para invadir o Iraque, vai trazer grandes e péssimas consequências para este mesmo povo que todos prejudicam com a melhor das intenções.

domingo, 13 de março de 2011

Limites

Todos temos limites, limites esses que nem sempre conhecemos ou compreendemos. Às vezes é preciso depararmo-nos com as situações para darmos com eles. Nos últimos dias verifiquei que tinha um limite que não conhecia e que terá de ser "trabalhado", "esticado" até que desapareça por completo ou pelo menos que não condicione a minha vida. Percebi que ainda tenho muito que amadurecer para conseguir lidar com muitas das situações ditas de "adultos", ainda vivo e não consigo desprender-me do mundo "fácil" dos jovens.
Hoje em dia (nos últimos dias) tem-se falado da falta de trabalho que os jovens enfrentam, mas pouco ou nada se diz do trabalho que há e que nem sempre estamos dispostos a aceitar porque não condiz com o que sonhámos, ou não nos trás a felicidade desejada, ou porque pede de nós algo que nos custa a dar, ou que ainda não estamos preparados para dar.
Dois assuntos diferentes?! Se calhar nem tanto.
Hoje contornei um limite em termos de trabalho ou, talvez, de personalidade, que espero um dia ser capaz, não de contornar, mas de enfrentar. Hoje descubro um pouco mais de mim e aceito as limitações, amanhã espero ter a maturidade necessária para afastar os fantasmas e enfrentá-los.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Instinto

Vir para o curso de Eng. do Ambiente foi quase como fechar os olhos e deixar cair o dedo sobre uma lista de opções, e por mero acaso cair sobre esta opção. Pelo menos à primeira vista era isso que se poderia pensar, principalmente se eu relatasse quais as voltas que dei até vir parar a este curso. Então como se explica o facto de eu o adorar, de me sentir realizada, de sentir a vontade de me entregar 100% ao mesmo, e de este ser um dos impulsionadores dos meus sonhos?!
É que se eu olhar para trás vejo que a semente da protecção do ambiente esteve sempre comigo, desde os meus primeiros anos de vida. Quando era ainda pequenina e mal andava, após comer qualquer coisa que fizesse migalhas eu, cuidadosa e meticulosamente, apanhava as migalhas uma por uma e comia-as, ou seja, desde pequena que sou contra o desperdício dos recursos. Mais tarde, com cerca de 4 anos, quando entrava no café apanhava todos os papeis que estavam no chão e colocava-os no lixo, houve até um dia que do alto dos meus 4 anos chamei à atenção de um senhor que atirou ou deixou cair um papelito no chão, ou seja, desde pequena que gosto de ver os resíduos no seu local respectivo. Também sei que uma das peças de teatro que vi no infantário nunca mais me saiu da cabeça e desde esse dia que sei de cor a politica dos 3 R's. Sei também, que a primeira vez que tive de pensar a sério qual o curso a seguir, Eng. do Ambiente passou-me pela cabeça, apesar de depois ter-me decidido por Geologia.
Por isso não acredito em coincidências, nem em tiros no escuro. Aprendi, ao longo destes 4 anos, que quando confio no meu instinto as coisas saem mais acertadas do que quando penso demasiado nelas. É por isso que "sem querer" vim parar a Eng. do Ambiente e é por isso também que me sinto como peixe dentro de água neste curso, assim como me sinto bem na instituição que escolhi para estudar. Mais uma vez a intuição levou-me ao local correcto, e é por isso que, mais uma vez, quando usei a razão para me afastar, me arrependi.

Confiar na intuição e largar a razão é pois o lema de hoje. No intimo de nós mesmos sabemos sempre a resposta correcta, aquela que junta a lógica com o coração e por isso aquela que nos vai deixar mais satisfeitos. A magia está em saber libertar o nosso instinto.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

As calças

Hoje desfiz-me das minhas últimas calças que vestia com 14 anos. É para andar por casa, dizia. As calças que não deixam de servir com os anos dão-nos uma sensação de segurança, de controlo sobre o nosso corpo. Se servem é porque mantemos a mesma silhueta. No entanto, com o tempo, o corpo vai-se transformando em silêncio, até que um dia acordamos e o nosso corpo já não é o mesmo, as formas de menina de 14 anos deram lugar às de uma mulher de 22, e as calças, definitivamente, nunca mais nos vão servir.